Microcredenciais

MCT: Gastronomia e Turismo

Duração

52 horas

Candidaturas

25 de junho a 5 de setembro de 2025

Periodo do curso

23 de setembro a 18 de novembro de 2025

Custo

Gratuito (financiamento PRR)

A riqueza e variedade dos patrimónios gastronómico e vinícola de Portugal, permitem percecionar saberes e sabores seculares, elaborados e reelaborados ao longo de séculos.
Neste património entram os comestíveis autóctones e muitos outros provenientes do estrangeiro. Esse enriquecimento começou com os Descobrimentos que permitiram a médio e a longo prazo democratizar o uso do açúcar, das especiarias e das chamadas bebidas exóticas (o chá, o café e o chocolate), a par do uso da batata, do milho maís, do tomate e do peru. Paralelamente, a riqueza vinícola permitiu, no século XVIII, a criação da primeira região demarcada, a do Douro, a que, mais tarde, se seguiram outras.

Como na gastronomia importam os produtos, as técnicas de culinária e os utensílios específicos para preparar e servir alimentos, estas matérias devem igualmente ser perspetivadas. É fundamental compreender e enquadrar a complexidade histórica destes saberes e sabores, para poder identificar oportunidades de oferta turística que se configurem, em simultâneo, em experiências recreativas e culturalmente relevantes, tanto mais que as rotas gastronómicas, as feiras e as visitas a produtores locais facilitam a promoção dos pratos e produtos nos destinos turísticos. Não se pode esquecer, que a principal motivação do turismo gastronómico e do enoturismo é a deslocação em busca de sabores diferenciados.

Destinatários

São destinatários desta microcredencial:

  • Pessoas de qualquer área de formação técnica/científica que pretendam aprofundar o seu conhecimento nas áreas da história do Turismo religioso;
  • Discentes com ensino secundário completo (12.º ano) e universitários;
  • Profissionais que estejam direta ou indiretamente ligados a áreas do Turismo, ONG’S, Autarquias, Juntas de freguesia, Associações, entre outras.

Condições de Frequência

Este curso rege-se pelo Regulamento da oferta educativa da Universidade Aberta.
Podem candidatar-se:

a) O titular que tenha obtido no mínimo o grau do ensino secundário (12.º ano de escolaridade) ou equivalente;

b) Titulares de residência fiscal em Portugal, durante a frequência da formação.

Critérios de Admissão

1º Ter submetido candidatura completa

2º Ordem cronológica do registo da candidatura

Objetivos

A presente microcredencial tem como principal objetivo dotar o estudante de competências que permitam conhecer a realidade nacional, por forma a melhor compreender o potencial de oferta e trabalhá-lo com vista ao público-alvo desejado. Neste sentido, divide-se em dois módulos que se complementam: um dedicado ao estudo da história da alimentação em Portugal durante as épocas medieval, moderna e contemporânea em articulação com a realidade europeia; e outro de caráter mais prático, que permita ter em atenção a possibilidade de ofertas atuais, nomeadamente momentos, entidades e espaços propícios à criação de ofertas de turismo gastronómico.

Competências

  • Compreender criticamente a importância da história da alimentação na construção do património gastronómico nacional;
  • Conhecer e compreender conceitos técnicos relevantes para a prática do turismo gastronómico;
  • Identificar preparados – doces e salgados – fundamentais da história gastronómica portuguesa;
  • Conhecer e identificar património gastronómico que potencie a criação de roteiros turísticos;
  • Identificar recursos e agentes essenciais para a prática do turismo gastronómico;
  • Conceber uma proposta de atividade no âmbito do turismo gastronómico;
  • Adquirir um conhecimento abrangente que permita diálogo com outras disciplinas, por forma a ser um fator de enriquecimento para o aluno.

Avaliação

A classificação final resulta, como tal, da avaliação dos seguintes elementos e critérios:

  • Presença e participação nas atividades propostas – 30%
  • Trabalho final – 70%

Assim, a avaliação final do módulo é atribuída pela média simples numa escala de 0 a 10 valores. A classificação final do curso traduz a média da avaliação obtida nos módulos, expressa na escala de 0 a 20 valores. A conclusão da formação com aproveitamento está sujeita à obtenção de uma nota final igual ou superior a 9,5 valores.

Bibliografia

Guias e outras obras de referência

eAmbrosia – The EU geographical indications register https://ec.europa.eu/agriculture/eambrosia/geographical-indications-register/
Livros portugueses de cozinha, 2.ª edição, coordenação e pesquisa bibliográfica de Manuela Rêgo, Lisboa: Biblioteca Nacional, 1998.

Atlante dell’alimentazione e della gastronomia, coordenação de Massimo Montanari e Françoise Sabban, 2 vols, Turim: Utet, 2004.
DAVIDSON, Alain, The Oxford companion to food, 2.ª edição, Oxford: Oxford University Press, 2006.
Dictionnaire des cultures alimentaires, direção de Jean-Pierre Poulain, Paris: Presses Universitaires de France, 2012.


Bibliografia essencial

Assiette (L’) du touriste : le goût de l’authentique, direção de Jean-Yves Andrieux, Patrick
Harismendy, Rennes: Presses Universitaires de Rennes, Tours: Presses Universitaires François-Rabelais, 2013.
BRAGA, Isabel Drumond, Das origens do vegetarianismo em Portugal: Amílcar de Sousa (1876-1940), o ‘apóstolo verde’, Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal, 2019.
BRAGA, Isabel Drumond, Sabores e segredos: Receituários conventuais portugueses da Época Moderna, Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2015. Disponível em: https://www.academia.edu/17868011

BRAGA, Isabel M. R. Mendes Drumond, “Da dietética à gastronomia regional portuguesa: um estudo de caso”, ArtCultura. Revista de História, Cultura e Arte, vol. 16, n.º 28, Uberlândia, 2014, pp. 129-142. Disponível em .
BRAGA, Isabel M. R. Mendes Drumond, A herança das Américas em Portugal: trópico das cores e dos sabores, Lisboa: CTT – Correios, 2007.
Gastronomia e vinhos: do turismo de experiência à experiência pelo turismo, coordenação de Norberto Santos e Fernanda Delgado Cravidão, Coimbra: CEGOT – Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território : Minerva Coimbra, 2015.
História global da alimentação portuguesa, direção de José Eduardo Franco, coordenação de Isabel Drumond Braga, Lisboa, Temas e Debates, 2023.
SOBRAL, José Manuel, “Nacionalismo, culinária e classe: a cozinha portuguesa da obscuridade à consagração (séculos XIX-XX)”, Ruris, vol. 1, n.º, 2, Campinas, 2007, pp.13-52.

Estrutura Curricular

MÓDULO 1 | HISTÓRIA E MEMÓRIA: OS PATRIMÓNIOS GASTRONÓMICO E VINÍCULA DE PORTUGAL

Introdução geral

  1. Conceptualização: culinária, gastronomia e turismo
  2. Fontes para a história da alimentação

Da alimentação medieval à alimentação moderna

  1. Comer e beber na Idade Média
  2. As mudanças da Modernidade: os novos alimentos e as bebidas exóticas
  3. O lugar do doce e a fundação da doçaria nacional
  4. Alimentação popular e alimentação das elites

Os receituários do passado

  1. Livros de receitas: abrangência, complexidade
  2. Livros de receitas: caraterísticas e públicos

A alimentação contemporânea

  1. O nascimento de novas sensibilidades: vegetarianismo e veganismo
  2. Fast food, street food e restaurantes com estrelas Michelin
  3. Alimentar-se a bordo: comboios e aviões como montras da gastronomia
    nacional
  4. Novos receituários: generalistas e temáticos e revistas de culinária

MÓDULO 2 | ROTEIROS CULINÁRIOS E VINÍCOLAS: OPORTUNIDADES DE OFERTA EM TURISMO GASTRONÓMICO EM PORTUGAL

O mapa dos patrimónios gastronómico e vinícola em Portugal

  1. Dos produtos regionais aos pratos regionais e nacionais
  2. As regiões vinícolas demarcadas
  3. Dos primeiros esforços à publicação da Cozinha Tradicional Portuguesa (1981), de Maria de Lourdes Modesto
  4. A certificação dos produtos: DOP, IGP e ETG.

A gastronomia portuguesa no estrangeiro

  1. Pratos portugueses e pratos à moda de Portugal
  2. Culinária, identidade e turismo
  3. Restaurantes portugueses no estrangeiro: o papel dos emigrantes

O mito da doçaria conventual

  1. As fontes e as suas interpretações
  2. Conciliar interesses económicos e rigor histórico?

Parceiros e agentes culturais

  1. Turismo de Portugal
  2. Agentes locais
  3. Museus e roteiros turísticos

Formadores

Foto de José Porfírio

José Porfírio

Coordenador

Foto de António Eduardo Pais Falcão Barbosa Martins

António Martins

Vice-coordenador

Foto de José Eduardo Franco

José Franco

Vice-coordenador

Foto de Paulo Drumond Braga

Paulo Braga

Formador