Saúde e Turismo: uma introdução Histórica às práticas de Mobilidade e Tratamento ao longo do tempo

Introdução

Desde os tempos antigos, a combinação entre locomoção e tratamento sempre esteve presente, adaptando-se às necessidades e inovações da sociedade ao longo dos séculos. No contexto europeu, Portugal possui uma longa tradição de associar saúde a viagens e deslocamentos. Desde a época romana, as águas termais portuguesas eram valorizadas pelos seus benefícios terapêuticos. As populações acreditavam que as águas minerais ajudavam no tratamento de doenças reumáticas, de pele e respiratórias. Assim, as pessoas deslocavam-se para regiões em busca de alívio e cura, formando o que pode ser considerado uma das primeiras formas de turismo de saúde. Com o passar dos séculos, esses locais termais tornaram-se ainda mais populares.

O turismo de saúde, como o entendemos atualmente, começou a ganhar maior relevância em Portugal no século XIX. Com o desenvolvimento das práticas médicas e o avanço das ciências da saúde, surgiram balneários e estâncias termais mais organizados, que passaram a atrair tanto a elite portuguesa quanto estrangeiros. Esses locais ofereciam tratamentos supervisionados por profissionais de saúde, consolidando o turismo termal como uma prática de luxo e saúde. A oferta de acomodações e infraestrutura turística ajudou a transformar regiões em centros de referência para o tratamento de várias doenças crónicas. Portugal continua a ser um destino de excelência para o turismo de saúde. Hoje, o conceito de “turismo de saúde” vai além das termas e das águas minerais, englobando tratamentos médicos especializados, cirurgias eletivas, turismo de bem-estar e reabilitação. O país tem se posicionado internacionalmente como um local de qualidade para tratamentos médicos, oferecendo serviços competitivos em diversas áreas. Ao mesmo tempo, o país enfrenta desafios de gestão para equilibrar o desenvolvimento desse setor com a sustentabilidade dos recursos naturais e culturais.

Locais históricos de turismo de saúde, como as termas, precisam de se adaptar às pressões do turismo de massa e preservar a sua herança cultural e ambiental. Esta formação está inserida no Modelo Pedagógico Virtual (MPV) da Universidade Aberta e propõe uma análise acerca do fenómeno da ocupação humana da zona litoral com a finalidade de abordar sobre os banhos de mar tomados como tratamento da saúde. Esta microcredencial é, por um lado, direcionada a profissionais envolvidos com o turismo e o turismo histórico cultural, tais como, representantes de autarquias, associações, guias turísticos, entre outros. Por outro lado, é também direcionada a especialistas das áreas das Ciências Sociais e Humanas, estudantes de história ou de ciências da saúde. Por fim, destina-se, adicionalmente, ao público em geral que tenha interesse nas temáticas abordadas.

Objetivos

  • Analisar a evolução histórica do turismo de saúde em Portugal;
  • Examinar o desenvolvimento do turismo de saúde no século XIX;
  • Identificar como a oferta de acomodações e infraestrutura turística contribuiu para transformar regiões em centros de referência no tratamento de doenças crónicas;
  • Explorar o turismo de saúde em tratamentos médicos especializados, cirurgias eletivas e turismo de bem-estar e reabilitação;
  • Refletir sobre o posicionamento internacional de Portugal como um destino de qualidade para o turismo de saúde, oferecendo serviços competitivos em diversas áreas médicas;
  • Avaliar os desafios contemporâneos enfrentados da gestão do turismo de saúde em Portugal, incluindo a necessidade de equilibrar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental e cultural.

Competências

  • Capacidade de analisar e interpretar a evolução do turismo de saúde em Portugal compreendendo o contexto social, cultural e económico;
  • Habilidade de avaliar o desenvolvimento do turismo de saúde e as mudanças nas práticas médicas e turísticas, bem como os impactos dessas mudanças na sociedade;
  • Competência para identificar oportunidades e desafios no turismo de saúde atual, desenvolvendo estratégias para preservar a herança cultural e ambiental, ao mesmo tempo que se promove o crescimento sustentável do setor;
  • Capacidade de compreender como as políticas de saúde e de turismo se interconectam, identificando formas de equilibrar o desenvolvimento turístico com a proteção dos recursos naturais e culturais;
  • Aptidão para planejar e gerir destinos turísticos de saúde, especialmente em áreas históricas, considerando as pressões do turismo de massa e a importância da sustentabilidade;
  • Desenvolver habilidades em turismo de saúde e bem-estar, compreendendo como esse segmento pode ser integrado às práticas turísticas contemporâneas;
  • Entendimento sobre como o setor de saúde se inter-relaciona com o turismo, especialmente no que se refere a tratamentos médicos, cirurgias eletivas e o bem-estar.

Destinatários

1. Serão priorizados os candidatos provenientes dos parceiros da UAb, no âmbito do Projeto TIA – Tourism International Academy;

2. Todas as pessoas de qualquer área de formação técnica/científica que pretendam aprofundar o seu conhecimento nas áreas da História e do Turismo ligado às zonas costeiras;

3. Todos os discentes universitários;

4. Todos os profissionais que estejam direta ou indiretamente ligados a áreas do Turismo, ONG’S, Autarquias, Juntas de Freguesia, Associações, entre outras.

Pré-requisitos para a Frequência do Curso

Este curso rege-se pelo Regulamento da oferta educativa da Universidade Aberta.

Podem candidatar-se a esta microcredencial:

a) Titulares que tenham obtido no mínimo o grau do ensino secundário (12.º ano de escolaridade) ou equivalente;

b) Titulares de residência fiscal em Portugal, durante a frequência da formação

Critérios de Admissão

1º Ter submetido candidatura completa

2º Ordem cronológica do registo da candidatura

Estrutura Curricular

O Curso “Saúde e Turismo: Uma introdução histórica às práticas de Locomoção e Tratamento ao longo do tempo” (2 ECTS ) está estruturado em 7 semanas letivas com 2 módulos obrigatórios e um volume de trabalho de 52 horas, conforme a seguir se indica:

Semana 1

  • Ambientação ao contexto do e-learning

Semana 2/4

  • Introdução histórica ao turismo de saúde em Portugal

Semanas 5/7

  • Gestão do turismo em saúde – desafios