Microcredenciais

MCT: Filosofia da Ruína: Ruínas Históricas, Simbólicas e Forjadas e a sua Relação com o Turismo

Duração

52 horas

Candidaturas

1 de agosto a 5 de setembro de 2025

Periodo do curso

30 de setembro a 11 de novembro de 2025

Custo

Gratuito (financiamento PRR)

Filosofia da ruína: Ruínas Históricas, Simbólicas e Forjadas e a sua relação com o Turismo é um curso introdutório e interdisciplinar que propõe uma reflexão crítica sobre o fascínio contemporâneo pelas ruínas e o seu valor turístico, simbólico, patrimonial e estético. Partindo de abordagens filosóficas, históricas e culturais, examinam-se as múltiplas formas de ruína — materiais e imateriais, reais e forjadas —, interrogando o modo como estes vestígios interpelam a memória coletiva, a paisagem, as vistas urbanas, o imaginário romântico e as práticas de turismo cultural. O curso convida os participantes a repensar a presença das ruínas nas sociedades atuais, assim como os dilemas éticos e políticos da sua fruição.

Destinatários

São destinatários desta microcredencial:

  • Pessoas de qualquer área de formação técnica/científica que pretendam aprofundar o seu conhecimento nas áreas do Turismo Cultural;
  • Discentes com ensino secundário completo (12.º ano) e universitários;
  • Profissionais que estejam direta ou indiretamente ligados a áreas do Turismo, ONG’S, Autarquias, Juntas de freguesia, Associações, entre outras.

Condições de Frequência

Este curso rege-se pelo Regulamento da oferta educativa da Universidade Aberta.
Podem candidatar-se:

a) O titular que tenha obtido no mínimo o grau do ensino secundário (12.º ano de escolaridade) ou equivalente;

b) Titulares de residência fiscal em Portugal, durante a frequência da formação.

Critérios de Admissão

1º Ter submetido candidatura completa

2º Ordem cronológica do registo da candidatura

Objetivos

  • Explorar criticamente o conceito de ruína e o seu potencial turístico, cultural, simbólico e estético;
  • Refletir sobre os dilemas contemporâneos da preservação, interpretação e fruição das ruínas;
  • Fornecer uma base teórica para a compreensão da ruína enquanto fenómeno estético, histórico e filosófico;
  • Analisar a construção simbólica e estética da ruína, nomeadamente no Romantismo e nos dispositivos de memória artificiais;
  • Compreender a ruína enquanto signo simbólico e objeto patrimonial, relacionando-a com práticas culturais, memória coletiva e tensões políticas;
  • Refletir sobre o lugar da ruína no turismo cultural e no imaginário contemporâneo, integrando abordagens críticas e práticas sustentáveis.

Competências

  • Desenvolver pensamento crítico sobre o conceito de ruína e as suas implicações culturais e estéticas;
  • Identificar e interpretar diferentes tipos de ruínas (históricas, simbólicas, forjadas);
  • Problematizar a ruína enquanto objeto turístico e patrimonial;
  • Conceber propostas de valorização cultural e turística de ruínas, com sensibilidade ética e interpretativa.

Estrutura Curricular

Módulo 1 — Introdução à Filosofia da Ruína: Conceitos e Problemas

  • Prolegómenos à definição de ruína: vestígio, fragmento, memória.
  • A definição de George Simmel: a tensão entre natureza e arquitetura na ruína.
  • Questões conceptuais: toda a destruição gera ruínas?
    • Ruína vs. Escombro; Ruína vs. Destroço de guerra.
  • A ruína como processo e como estado.

Módulo 2 — Ruínas Falsas, Românticas e Forjadas

  • Ruínas encenadas: arquitetura da nostalgia e do sublime.
  • O gosto romântico pelas ruínas: fantasmagoria, ruína-memória, ruína-espetáculo.
  • Falsas ruínas: construções intencionais como simulacro (ruínas de jardim, ruínas cenográficas).
  • Estudo de caso: a vila de Sintra enquanto paisagem romântica arruinada.

Módulo 3 — Ruínas Simbólicas, Patrimoniais e Contemporâneas

  • Ruínas simbólicas: edifícios abandonados, monumentos desfigurados, memória traumática.
  • Ruínas históricas e/ou patrimoniais: entre conservação, musealização e ruína viva.
  • O lixo como ruína: resíduos e restos como dispositivos de memória (antropologia dos objetos abandonados).
  • Dilemas contemporâneos: ruínas pós-industriais, pós-coloniais, e os debates sobre ruína ativa.

Módulo 4 — Turismo de Ruína. Dilemas da Preservação

  • O turismo de ruínas: práticas, riscos e potencialidades.
  • A estética da decadência e o fascínio pelo abandono.
  • Ética da fruição de ruínas em contextos de violência e catástrofe.
  • Dilemas da preservação: manter, reconstruir ou deixar ruir?
    • A ruína como “património difícil”.
  • Projeto final: elaboração de um micro-itinerário ruinológico (real ou ficcional), com análise simbólica e justificação crítica

Formadores

Foto de António Eduardo Pais Falcão Barbosa Martins

António Martins

Coordenador

Foto de José Porfírio

José Porfírio

Coordenador

Foto de Rui Gonçalo Maia Rego

Rui Rego

Coordenador / Formador