MCT: Filosofia da Ruína: Ruínas Históricas, Simbólicas e Forjadas e a sua Relação com o Turismo

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Periodo do curso
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Filosofia da ruína: Ruínas Históricas, Simbólicas e Forjadas e a sua relação com o Turismo é um curso introdutório e interdisciplinar que propõe uma reflexão crítica sobre o fascínio contemporâneo pelas ruínas e o seu valor turístico, simbólico, patrimonial e estético. Partindo de abordagens filosóficas, históricas e culturais, examinam-se as múltiplas formas de ruína — materiais e imateriais, reais e forjadas —, interrogando o modo como estes vestígios interpelam a memória coletiva, a paisagem, as vistas urbanas, o imaginário romântico e as práticas de turismo cultural. O curso convida os participantes a repensar a presença das ruínas nas sociedades atuais, assim como os dilemas éticos e políticos da sua fruição.
Destinatários
São destinatários desta microcredencial:
- Pessoas de qualquer área de formação técnica/científica que pretendam aprofundar o seu conhecimento nas áreas do Turismo Cultural;
- Discentes com ensino secundário completo (12.º ano) e universitários;
- Profissionais que estejam direta ou indiretamente ligados a áreas do Turismo, ONG’S, Autarquias, Juntas de freguesia, Associações, entre outras.
Condições de Frequência
Este curso rege-se pelo Regulamento da oferta educativa da Universidade Aberta.
Podem candidatar-se:
a) O titular que tenha obtido no mínimo o grau do ensino secundário (12.º ano de escolaridade) ou equivalente;
b) Titulares de residência fiscal em Portugal, durante a frequência da formação.
Critérios de Admissão
1º Ter submetido candidatura completa
2º Ordem cronológica do registo da candidatura
Objetivos
- Explorar criticamente o conceito de ruína e o seu potencial turístico, cultural, simbólico e estético;
- Refletir sobre os dilemas contemporâneos da preservação, interpretação e fruição das ruínas;
- Fornecer uma base teórica para a compreensão da ruína enquanto fenómeno estético, histórico e filosófico;
- Analisar a construção simbólica e estética da ruína, nomeadamente no Romantismo e nos dispositivos de memória artificiais;
- Compreender a ruína enquanto signo simbólico e objeto patrimonial, relacionando-a com práticas culturais, memória coletiva e tensões políticas;
- Refletir sobre o lugar da ruína no turismo cultural e no imaginário contemporâneo, integrando abordagens críticas e práticas sustentáveis.
Competências
- Desenvolver pensamento crítico sobre o conceito de ruína e as suas implicações culturais e estéticas;
- Identificar e interpretar diferentes tipos de ruínas (históricas, simbólicas, forjadas);
- Problematizar a ruína enquanto objeto turístico e patrimonial;
- Conceber propostas de valorização cultural e turística de ruínas, com sensibilidade ética e interpretativa.
Estrutura Curricular
Módulo 1 — Introdução à Filosofia da Ruína: Conceitos e Problemas
- Prolegómenos à definição de ruína: vestígio, fragmento, memória.
- A definição de George Simmel: a tensão entre natureza e arquitetura na ruína.
- Questões conceptuais: toda a destruição gera ruínas?
- Ruína vs. Escombro; Ruína vs. Destroço de guerra.
- A ruína como processo e como estado.
Módulo 2 — Ruínas Falsas, Românticas e Forjadas
- Ruínas encenadas: arquitetura da nostalgia e do sublime.
- O gosto romântico pelas ruínas: fantasmagoria, ruína-memória, ruína-espetáculo.
- Falsas ruínas: construções intencionais como simulacro (ruínas de jardim, ruínas cenográficas).
- Estudo de caso: a vila de Sintra enquanto paisagem romântica arruinada.
Módulo 3 — Ruínas Simbólicas, Patrimoniais e Contemporâneas
- Ruínas simbólicas: edifícios abandonados, monumentos desfigurados, memória traumática.
- Ruínas históricas e/ou patrimoniais: entre conservação, musealização e ruína viva.
- O lixo como ruína: resíduos e restos como dispositivos de memória (antropologia dos objetos abandonados).
- Dilemas contemporâneos: ruínas pós-industriais, pós-coloniais, e os debates sobre ruína ativa.
Módulo 4 — Turismo de Ruína. Dilemas da Preservação
- O turismo de ruínas: práticas, riscos e potencialidades.
- A estética da decadência e o fascínio pelo abandono.
- Ética da fruição de ruínas em contextos de violência e catástrofe.
- Dilemas da preservação: manter, reconstruir ou deixar ruir?
- A ruína como “património difícil”.
- Projeto final: elaboração de um micro-itinerário ruinológico (real ou ficcional), com análise simbólica e justificação crítica
Formadores
António Martins
Coordenador
José Porfírio
Coordenador
Rui Rego
Coordenador / Formador