MCT: Património Pombalino e Turismo

Duração
Candidaturas
Periodo do curso
Custo
A riqueza e diversidade do património gerado no contexto de exercício de poder do ministro Carvalho e Melo, o célebre Marquês de Pombal (1699-1782), permite considerar sob a designação de “pombalino” um largo conjunto de bens cujas potencialidades de instrumentalização por parte do sector turístico são notáveis. Esta microcredencial propõe-se dotar os estudantes das ferramentas fundamentais e necessárias para o efeito, dando a conhecer esse património de forma estruturada, articulada, integrada e sistematizada. Eminentemente cultural, o designado património pombalino conheceu expressão material multíplice, como bem ilustram os célebres planos urbanísticos da Lisboa do pós-terramoto, a urbanização e modernização da cidade do Porto a partir da década de 1760, o planeamento e edificação da cidade de Vila Real de Santo António na década de 1770 ou o delineamento da Alta de Coimbra e a reformulação do complexo da sua Universidade, no contexto da reforma dos estudos.
Ele materializou-se também, e com especiais qualidades artísticas, na quinta de recreio do próprio Marquês, ainda como Conde de Oeiras, nos arredores da capital do reino, ou no modo como nobreza e a Igreja portuguesas passaram a edificar e intervir nos seus imóveis. Reconhece-se, por isso, uma realidade plena de significados e consequências culturais de grande alcance, de ampla importância histórica, que facilitam a criação de programas diferenciados e qualificados. As políticas e ação pombalinas, consideradas especialmente numa perspetiva cultural, que resultou em novas maneiras de pensar e construir a cidade, de projetar o seu edificado e as artes, em geral, constituem os eixos temáticos essenciais desta microcredencial. Importa, por isso, compreender e enquadrar a realidade histórica em apreço, para poder potenciar as vastas oportunidades de oferta turística que ela consubstancia.
Destinatários
1) Pessoas de qualquer área de formação técnica/científica que pretendam aprofundar o seu conhecimento nas áreas da história do Turismo religioso;
2) Discentes com ensino secundário completo (12.º ano) e universitários;
3) Profissionais que estejam direta ou indiretamente ligados a áreas do Turismo, ONG’S, Autarquias, Juntas de freguesia, Associações, entre outras.
Condições de Frequência
Este curso rege-se pelo Regulamento da oferta educativa da Universidade Aberta.
Podem candidatar-se:
a) O titular que tenha obtido no mínimo o grau do ensino secundário (12.º ano de escolaridade) ou equivalente;
b) Titulares de residência fiscal em Portugal, durante a frequência da formação.
Critérios de Admissão
1º Ter submetido candidatura completa
2º Ordem cronológica do registo da candidatura
Objetivos
A presente microcredencial tem como principal objetivo dotar os estudantes de aptidões que permitam conhecer a realidade nacional e local concernente ao património pombalino, por forma a melhor compreender o potencial de oferta e trabalhá-lo com vista ao público-alvo desejado. Neste sentido, pretende-se munir os estudantes de conhecimentos históricos e teóricos, especialmente culturais e artísticos, que permitam enquadrar e explorar de forma substantiva a ação pombalina e o seu legado, tendo em vista as possibilidades de criação de ofertas de turismo, mormente incidentes sobre o património urbanístico, arquitetónico e do domínio das artes.
Competências
- Compreender criticamente a importância da ação pombalina para a criação de património, sobretudo cultural, de expressão urbanística, arquitetónica e no domínio das artes, em Portugal;
- Conhecer e compreender os contextos histórico e cultural relevantes para a prática do turismo em apreço;
- Conhecer o património pombalino, imaterial e material, que potencie a criação de roteiros turísticos e de outras ofertas turísticas de natureza diversa;
- Identificar obras, contributos, símbolos e figuras fundamentais da história do período pombalino, em Portugal;
- Identificar recursos e agentes essenciais para a prática do turismo relacionado com a ação pombalina;
- Adquirir conhecimento abrangente que permita diálogo com outras disciplinas, por forma a ser um fator de enriquecimento para o aluno.
Avaliação
A classificação final resulta, como tal, da avaliação dos seguintes elementos e critérios:
- Trabalho final – 60%
- Presença e participação nas atividades propostas – 40%
Assim, a avaliação final do módulo é atribuída pela média simples numa escala de 0 a 10 valores. A classificação final do curso traduz a média da avaliação obtida nos módulos, expressa na escala de 0 a 20 valores. A conclusão da formação com aproveitamento está sujeita à obtenção de uma nota final igual ou superior a 9,5 valores.
Bibliografia
AAVV, Monumentos, n.º 21, Baixa Pombalina, Lisboa, setembro 2004.
AAVV, A Revolução das Luzes: Progressos e Limites da Política Reformista Pombalina, Lisboa/Aracaju, They/Criação Editora, 2022.
CORREIA, José Eduardo Horta, Vila Real de Santo António: Urbanismo e Poder na Política Pombalina, 2.ª ed., pref. Nuno Portas, Porto, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, 1997.
CRAVEIRO, Maria de Lurdes, “Guilherme Elsden e a introdução do neoclassicismo em Portugal”, in Portugal e Espanha entre a Europa e Além-Mar, Coimbra, Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1987.
FERRÃO, Bernardo, Projecto e Transformação Urbana do Porto na Época dos Almadas, 1758-1813: Uma Contribuição para o Estudo da Cidade Pombalina, 3.ª ed., pref. Fernando Távora, Porto, Faculdade de Arquitectura, 1997.
FRANÇA, José-Augusto, História da Arte em Portugal: O Pombalismo e o Romantismo, Barcarena, Presença, 2004.
MECO, José, Azulejaria na Concelho de Oeiras. O Palácio Pombal e a Casa da Pesca, Oeiras, 1982.
PEREIRA, Paulo (dir.), História da Arte Portuguesa, vol. III, Lisboa, Temas e Debates, 1995.
Estrutura Curricular
1.Introdução
1.1. O reinado de D. José no contexto do séc. XVIII: continuidades e ruturas;
1.2. A ascensão pombalina e a afirmação da Época das Luzes: as principais
linhas de atuação do Marquês Pombal; um século barroco que também foi
iluminista.
2. A ação pombalina e a criação de património
2.1. As reformas pombalinas: política e cultura;
2.2. As ‘revoluções’ urbanísticas de origem pombalina em Lisboa, Porto, Coimbra
e Vila Real de Santo António: novos modos de entender a cidade e de pensar
a arquitetura;
2.3. A arquitetura pública, a arquitetura privada e de recreio e ainda a arte
móvel (pintura, escultura, azulejaria): correntes estéticas em diálogo ou
contradição?
2.4. Os principais arquitetos, artistas e obras do período pombalino.
3. Casos de estudo do património pombalino
3.1. A Baixa de Lisboa e seus ecos na renovação da cidade do Porto: cidade e
arquitetura; o civil e o religioso; o público e o privado;
3.2. A reformulação urbana e arquitetónica em Coimbra: as obras da Universidade
de Coimbra e o seu entorno;
3.3. Vila Real de Santo António, a cidade iluminista por excelência;
3.4. Espaços e obras barrocas: o caso paradigmático do Palácio dos Marqueses
de Pombal, em Oeiras; algumas igrejas do período pombalino;
3.5. Recursos fundamentais: reportórios e inventários patrimoniais: os sites do
Património Cultural, I. P. e do Sistema de Informação para o Património
Arquitectónico (SIPA).
Formadores
António Martins
Coordenador
José Porfírio
Coordenador
Maria Câmara
Vice-coordenador
Maria Lima
Formador